domingo, 29 de agosto de 2010

2010 – O ano do grande crescimento! Ou não?

A Baixada Santista vive um período único em sua história, onde o potencial de crescimento econômico é acima de qualquer projeção feita há mais de três anos.

O porto recebe investimentos federais para ampliação do calado do canal de navegação e para a construção das avenidas perimetrais, isso criou um cenário positivo para as empresas privadas investirem no porto, nos próximos três anos está prevista a construção de dois novos terminais, além da ampliação de alguns já existentes.

As descobertas de petróleo e gás nas camadas do pré-sal, que já se tinha notícia desde o ano 2.000, mas que só agora se torna concreta, com os primeiros testes de extrações, está gerando demanda por milhares de serviços e profissionais capacitados e essa demanda vai rolar por vários anos. O que vai permitir a chegada novas empresas, novos investimentos e novos moradores para a região, isso justifica o incrível crescimento do mercado imobiliário, que já está ocorrendo com o surgimento de enormes edifícios em praticamente todos os cantos de todas as cidades da região.

Aliado a isso tudo, Santos está implantando um Parque Tecnológico, com apoio do Governo Estadual, Prefeitura, Associação Comercial, SEBRAE e as Universidades da cidade. Esse parque vai capacitar as empresas para incentivar o desenvolvimento de softwares e tecnologias de informação, focando inicialmente no Porto e no Petróleo e Gás, mas com possibilidades de abranger outros setores.

O SEBRAE está trazendo vários cursos de capacitação de micros e pequenas, que está propiciando o desenvolvimento de novos negócios, assim como a Incubadora de Negócios, já tem vários casos de empresas novas que estão começando a gerar recursos próprios.

Todos os casos apresentados aqui são negócios que já estão em gestação há algum tempo e que em 2010 tem de tudo para deslanchar.

E o que isso tem em relação com o mercado publicitário da região?

Tudo!

Além de crescimento direto na base de clientes potenciais, que são as novas empresas que chegam, as que vão surgir, criadas por moradores da região, e as que já existem e que vão crescer e precisar se comunicar, além das atuais empresas parceiras do mercado, que também vão crescer indiretamente através dessas novas oportunidades, como por exemplo, os profissionais que vierem para a região vão precisar comprar ou alugar apartamentos, os novos apartamentos precisarão de móveis, essas novas pessoas vão consumir mais carros, além dos que já são consumidos hoje. Serão mais pessoas que vão sair para almoçar ou jantar e isso vai gerar uma demanda maior por opções de restaurantes e assim vai crescendo toda a cadeia econômica da região.

LOGO TODOS OS PUBLICITÁRIOS DA REGIÃO VÃO GANHAR MUITO DINHEIRO, FICAR RICOS, COMPRAR CARROS, IATES, APARTAMENTOS, VIAJAR PELO MUNDO, CERTO?

ERRADO!

O crescimento econômico e as novas oportunidades de negócios estão chegando de uma forma tão rápida e com tanta força na região, que se não houver um preparo para esse crescimento, as empresas locais vão ser atropelados pela locomotiva do desenvolvimento e vão ver os vagões passando por cima, trazendo de fora empresas mais preparadas, para aproveitar o dinheiro novo do mercado.

Entendo que o mercado publicitário não é regional é mundial, tenho notícias de profissionais de Santos que desenvolvem ou desenvolveram trabalhos para outros países, como Japão e Angola, por exemplo, mas entendo também que é muito mais fácil tomar conta de casa do que do mundo e se quis o destino que o “bonde do desenvolvimento” passasse na porta da Baixada Santista, acho justo que todos envolvidos no mercado regional possa pular dentro desse bonde.

Eu entendo que individualmente algumas empresas já estejam se preparando para isso, mas entendo que individualmente não é suficiente.

Além do controle administrativo das empresas que apesar de parecer simples, é um item complexo e importante, principalmente quando o mercado se torna mais competitivo e isso deve ser resolvido individualmente, onde o SEBRAE pode ser um parceiro perfeito, existem assuntos estratégicos de mercado, que entendo devam ser debatidos por todos os interessados.

Primeiramente é importante criar uma consciência de que as empresa e os profissionais da região são capazes o suficiente para realizar os trabalhos que venha a ser necessários.

Se for percebida alguma deficiência num parceiro é importante auxiliar na resolução dessa deficiência e não buscar resolver os problemas fora da região, porque é importante fortalecer o mercado como um todo.

Se o mercado não acreditar no mercado, quem vai acreditar?

É como se todas as empresas de comunicação da região estivessem numa piscina de lona, se alguém permitir que seja feito um furo, o mercado vai vazar.

Entendo que todos deveriam unir forças no mercado para trazer empresas do porto para investir sério no mercado publicitário, independente de quem vá num primeiro momento ganhar dinheiro com isso, o importante é trazer o cliente para o “ringue”, depois “disputar” o cliente. Se a “briga” pelo cliente de forma separada e fora do “ringue”, essa luta não vai acabar bem.

O Parque Tecnológico surgiu da criação de um APL (Arranjo Produtivo Local), liderado pela Associação Comercial e pelo SEBRAE e com a participação de mais de 40 empresas do setor. Foram mais de 12 meses de reuniões e criação e execução de planos de ação, resolvidos pelos empresários do mercado. Com a fortificação dessa união, a Prefeitura entrou no barco e iniciou aos tramites para criar o Parque Tecnológico, que em mais um ano deve estar em pleno funcionamento. O grupo conseguiu apoio da IBM e está conseguindo incentivos fiscais para o negócio. Com isso as empresas, que já tinham capacidade técnica, agora também tem estrutura para enfrentar a concorrência de fora. O primeiro problema identificado pelos empresários foi a fuga de capital humano para a São Paulo, pelo fato dos salários serem maiores. Alguém já viu isso no mercado publicitário de Santos?

Para finalizar os exemplos, enquanto uns “brigam” com outros, por clientes pequenos, com baixa rentabilidade, a Prefeitura de Santos tem um contrato anual de mais de R$ 4.500.000,00 com uma empresa de São Paulo. Se lá na época da eleição o mercado tivesse se unido e fosse conversar e “pressionar” os candidatos, quem sabe essa verba, ou parte dela, não seria da região?

A maior parte das exigências legais que impediram agências daqui de participar são, por lei, facultativas de estar no edital. Com a união, que faz a força, poderia ter sido reduzida ou eliminada essas barreiras.

Se ninguém concorda, tenham certeza que a locomotiva vai passar e os vagões vem logo atrás.

Silvio Reis Junior
Diretor da Release Eletrônico
Formado em Comunicação Social, com especialização em Rádio e TV pela FAAP.
Pós-graduado em Marketing Político e Eleitoral pela Universidade de São Paulo

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